domingo, 5 de outubro de 2008

O Alex e o D.O.M.

Cheguei ao D.O.M. ansiosíssima e já na entrada me decepcionei um pouco. De ver o Alex na tv imaginava que fosse um ambiente moderno e festivo, nada disso, ambiente sóbrio, um salão super sério e silencioso, nem música tinha, achei triste. Não gosto de restaurante triste. A melhor parte foi ver o Alex na cozinha o tempo todo, trabalha duro, observa o salão, leva o trabalho muito a sério. O serviço não me encantou, o staff de prontidão mas, seguindo também a linha triste-séria. O cardápio muito interessante, os ingredientes brasileiríssimos e tal. Pedí o pato, delicioso, assim como o da minha amiga Raquel. Fiquei com vontade de pedir o tal purê de batata com queijo que eles servem no salão, fazem um show. A carta de vinhos é linda e caríssima, nada abaixo de 150 reais. De sobremesa pedimos os sorbets e a pirâmide de chocolate, deliciosos.
D.O.M. Rua Barão de Capanema, 549. Jardins.
http://www.domrestaurante.com.br/

Viva o Ráscal

Olha, por 42 reais não se come melhor em São Paulo. Este lugar é uma unanimidade. Uma farra italiana. O atendimento surpreende, muito bom e consistente. Os garçons e os rapazes que servem as massas são muito educados, simpáticos e eficientes. Os antipastos e as saladas são uma seção à parte, periga morrer de comer. Na minha vida comi poucas massas melhores do que o ravióli ráscal (verde, recheado de mussarela de búfala e com molho de tomates frescos), fica completo com o parmesão de cabra e um pouquinho de manjericão fresco. As outras massas são muito boas também, mas por um problema de dependência não consigo largar do ravióli. O mesmo problema de dependência nunca me deixou pedir a pizza que já me disseram que é ótima. Outro dia, meus pais pediram o carré de cordeiro grelhado, maravilhoso, muito macio e saboroso. Quase impossível ter espaço para a sobremesa. Se couber peça a torta de maçã que parece de desenho animado e é servida com sorvete de creme. E se eu fosse abrir um negócio abriria uma franquia do Ráscal em Brasília.
Ráscal. Em vários shoppings (Villa-Lobos, Iguatemi, Higienópolis Market Place) no Itaim, na Alameda Santos e tem no Rio também.
http://www.rascal.com.br/

Roubada do Alentejo

Não volto nem de graça. Fomos porque meu sogro tem loucura por bacalhau. Os guias da internet falavam muito bem desse lugar: chef formado pelo Cordon Bleu, duas estrelas no Michelin. Ainda estou tentando entender. Vamos por partes. O ambiente é apertado e sem personalidade, ficamos no andar de cima morrendo de calor onde nos garantiram que o mini ar condicionado daria conta do recado logo, logo. O serviço foi péssimo, problema de organização básica. Não foi por falta de garçons, tinham vários pelo salão, mas todos completamente perdidos, estampado na cara deles. Mais de 20 minutos para trazerem nossas bebidas, incompetência pura e simples, denunciava o que vinha pela frente. O couvert da casa - uma ofensa à qualquer casa - era bacalhau com maionese para passar no pão. Como prato principal, pedimos o bacalhau em postas com batata e cebola e o arroz de polvo. O tal bacalhau é a recomendação da casa e não estava particularmente ruim, mas muito sem graça. Inovaram ao economizar nas batatas, vieram apenas três. Não inovaram ao economizar no azeite que foi denunciado pelo vidro sem rótulo, pela falta de gosto e pela cor bem mais amarela do que o desejado. O arroz de polvo não tinha gosto, nem charme. Posso dizer também que Paulo Mateus faltou às aulas sobre apresentação dos pratos no Le Cordon Bleu. Depois do calor, da comida sem graça e do mau atendimento não pedimos sobremesa. Preços em conta? Paguei muito caro pelo o que tive. Chega!
Girassol do Alentejo. Rua Girassol 654, Vila Madalena 3814-7710.
Aceita Visa.

Humm depois da balada

Meu marido sai na balada só pra ir no Burdog depois, foi no Burdog até na despedida de solteiro. Minha amiga Cris inventava que não tinha tempo pra almoçar só pra comer um sanduíche lá. A alegria de velório dos paulistanos desse lado da cidade é um clássico. Sou adepta do dito hamburguer de picanha, não peço mais o comum. Dito isso, você escolhe os acompanhamentos de acordo com o que quer gastar e com as calorias que satisfazem seus olhos. Eu sugiro queijo, bacon, cebola crua e molho tártaro. Não tem miséria, muito bacon, uma cebola inteira. Vem bastante, sugiro que você dê um pouco pro seu amigo que não pediu acompanhamento nenhum. O molho tártaro peça sempre à parte pois você controla a quantidade que quer e dá pra dois. O sanduíche não fica baratinho, ainda mais se você arrematar com um milk shake, mas garanto que você vai dormir feliz. Nas sextas e sábados fica aberto até as 7 da manhã, nos outros dias até as 6. Tem delivery também e lojas em Moema e no Brooklin.
Burdog. Avenida Dr. Arnaldo 232, Pacaembu 3151-4849

Em Paris?

A comoção em torno deste lugar não faz sentido. Tudo bem, o dono é francês e mantém uma certa tradição, a tarte tatin é muito boa e os produtos da padaria também. Conheço gente que vive por aquele croissant de amêndoa, eu não. O ambiente é parisiense-aconchegante, as mesinhas na calçada são agradáveis, mas o serviço é muito inconsistente. O staff é impressionantemente despreparado e o preço é salgado. Para tomar um café tudo bem. Eu sempre olho o cardápio durante muito tempo e nada me excita de primeira. Acho uma pena que o croque monsieur fique montado na vitrine e não seja feito na hora. O buffet de café da manhã é um festival de massaroca e tem gente saindo pelo ladrão, fico com dó daquela gente que acha aquilo o máximo. No almoço você pode escolher o self service ou grelhados com acompanhamentos. Alô rapazes! Grupinhos de cocotas são grande parte da clientela. Passaram a aceitar cartões recentemente, antigamente era um horror, uma vez tive que deixar uma amiga de garantia de que voltaria com o cheque! Tenho certeza absoluta de que podiam fazer muito melhor.
Deliparis. Rua Harmonia 484, Vila Madalena 3816-5911.
www.deliparis.com.br

Aqui kebab é chique

Por alguma razão desconhecida estão querendo que kebab seja chique, não me lambuzei de molho nem saí com cheiro de kebab, mas esse vale à pena. A localização não podia ser melhor, fica na Augusta, gente de todo tipo pra lá e pra cá. Perfeito pra depois do cinema. Na sexta e no sábado fica aberto até as 2:00. São dezesseis tipos de kebab que custam de 12 a 20 reais e vão do tradicional doner kebab de cordeiro ao indiano que é de frango e vem com chutney de banana, gengibre e outras coisinhas mais. Comi o doner e o de falafel, saí de lá muito feliz e pretendo voltar mais vezes, meus amigos também gostaram muito. No cardápio também há várias opções de entradinhas. Na hora do almoço também há um cardápio executivo. As bebidas geladas são uma atração à parte, à base de água com gás ou iogurte adicionados à xaropes e sucos. Não me aventurei tanto, tomei o sharbat gasoso com xarope de amora, interessante, mas da segunda vez tomei uma cerveja mesmo. Os kebabs são um capricho, deliciosos, fartos, a salada fresquinha e o pão feito na hora é mais fino do que o habitual mas é uma delícia. A cozinha é no centro da casa e a gente pode acompanhar tudo, os rapazes que fazem a comida são muito simpáticos. O atendimento é razoável. O ambiente poderia ser mais descontraído, meu marido acha que kebab tem que ser mais barato, mas em São Paulo parece que kebab é assim.
Kebab Salonu. Rua Augusta 1416, Consolação 3283-0890.
www.kebabsalonu.com.br

Kebab não é chique

Tinha muito tempo que queria ir lá, andava salivando por kebab. Pra começar kebab servido por garçom não dá! Kebab a gente pede no balcão, faz parte! Kebab não é chique e por isso a gente se lambuza quando come, o molho escorre do papel, a gente chega em casa com cheiro de kebab, é assim. Pedi o original para não correr riscos. A experiência foi um tédio. O cordeiro estava sem sabor e cortado em cubinhos bem pequenos e bem passados, o molho não escorria porque não tinha molho suficiente pra escorrer e a saladinha bem sem gosto. Ele enrolado no pão parecia um wrap, um insulto. Eu tentei. Pedi para adicionarem cebola crua pra dar um kick a mais, nem assim, fizeram a cebola na chapa. Pedimos uma porção extra de molho de tahine e veio um copinho de café com uma colherzinha de cafezinho para servir aquela falta de noção. Minha amiga Raquel que já comeu kebab nos quatro cantos do mundo ficou tão triste quanto eu. A intenção foi boa rapazes, mas ainda não realizei o desejo de comer aquele kebab pós balada que faz a gente dormir feliz.
Kebaberia. Rua Doutor Renato Paes de Barros 777, Itaim Bibi 3071-0267

Boteco meio de esquerda

Já ouviu aquela piada do boteco meio de esquerda? É aqui, e quem diria, o melhor boteco 2009 pela Veja. A Mercearia é um boteco tradicional do bairro, perto de casa, acabo sempre indo lá. O serviço costuma ser ruím, parte do charme. Sou assídua, me tratam bem. Não vá com pressa. Pra mim o almoço é o carro chefe, gostoso, farto e barato. Tem as opções do dia e os grelhados (contra-filé, picanha, filé mignon, bisteca, peito de frango, salmão com alcaparras) acompanhados de batata frita caseirinha. Já ví muita gente pedindo a pescada à milanesa, não me atrai. Acompanha um buffet de saladas e arroz e feijão. As carnes vêm ao ponto e não adianta querer inventar muito, a porção é farta, divido até com o meu marido que odeia dividir. A salada é fresquinha. O bife à parmeggiana, de segunda, é gostoso mas, precisa de mais molho, a feijoada, de quarta e sábado, é uma boa pedida. O ambiente é descontraído e se você estiver com preguiça de voltar pro trabalho a cerveja é gelada, e cara pra boteco. O cardápio da noite não tem nada de muito especial mesmo, vale o sanduíche de pernil de quinta e sexta e os pastéis durante a semana. Clientela moderninha, intelectual e riporonga: no almoço 70% faz freela de alguma coisa, à noite 65% já passou pela FFCLH em algum momento da vida. 
Não aceita cheque, aceita cartão e visa vale.
Mercearia São Pedro. Rua Rodésia, 34. Vila Madalena. 3815-7200
http://www.merceariasaopedro.com.br