terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Affff!

Mania de paulistano. Nem todo mundo entende porque paulistano adora aquele lugar tipo muquifo que, aparentemente, ninguém conhece, não barato, apertadinho, com espera, cheio de moderninhos e atores de teatro, num bairro que ninguém quer saber e que de repente vira o auge do hype! Outro dia meu cunhado comentou, “como vocês ficam sabendo desses lugares?”, mal sabe ele que fomos os últimos... Mais um pra lista. Posição colocada, vou fazer justiça à casa. Falo da Rota do Acarajé, culinária baiana e nordestina. O ambiente é friendly, o atendimento foi bagunçadinho, mas o dono foi muito carinhoso, o nosso amigo era habitué, que bom. De entrada os mini acarajés e uma casquinha de siri, ambos ok. As caipirinhas fazem sucesso, a da Rota (limão siciliano, cravo e tahiti) e a de limão siciliano com gengibre são, de fato, muito boas, precinho do Itaim. Tem água de coco, sucos de frutas nordestinas, etc. Eu fui a única que não pediu moqueca, já tive muita overdose de dendê nessa vida. Era uma moqueca heterodoxa, segundo o pessoal, com caldo ralo, eu achei bonita, bem servida, com bastante carne de siri e camarão, não gostaram muito. Eu escolhí o escondidinho de carne seca, bem servido também, gostoso. A sobremesa é famosa, doces caseiros. Fomos de quindim, cocada de forno, cocada e bolo de manteiga de garrafa, bem feitos e bem gostosos. Acho que vale a visita, afinal, gostamos dessas coisas e o programa tem sua graça.
Rota do Acarajé. Rua Martim Francisco 529/533, Santa Cecília, 3668-6222
www.rotadoacaraje.com.br

No Rio

No Rio não se come como em São Paulo, mesmo. A vida deles não gira em torno da comida como a vida da gente que mora aqui. Aqui eu já acordo pensando onde vou almoçar e isso não aconteceu no Rio. Acordei pensando se tinha sol, em colocar o meu biquíni e em comprar um biquini novo. Morrer de comer a pizza da esquina porque é fácil e barato e colocar um biquini no final de semana não combina. Na esquina deles tem loja de suco com complementos de malhação, loucura. Tá certo, na praia fiquei com fome e comi queijo de coalho, castanha de cajú, açaí do cara do megafone, biscoito globo salgado, mate, coco e cerva e fiquei pensando naquele espetinho de camarões rosinhas que dá medo. Recomendo todos, tirando o camarão. E comí porque tava com fome e não porque comer era o programa, esse é o ponto. Ok, bastou. E não se come como em São Paulo porque a gente demora pra achar uma comida que se apaixona. Alguns ficam na memória como os galetos de Copacabana, a Chaika, o café da manhã do Cafeína ou da loja de suco da esquina, o Porcão, o Carlota igual ao daqui, os bolinhos do Bracarense, as empadas do Belmonte, o brigadeiro do Colher de Pau... O Cervantes estava fechado para reforma e o Sushi Leblon, vou falar a verdade, mesmo sentada ao lado da Glória Maria, decepcionou. Ano retrasado me apaixonei pelo natural da Barão da Torre, o melhor natural que já fui, não deixo de ir na saída da praia. Uma variedade incrível, também tem doces e sorvetes deliciosos, imperdível. E vai muito bem com o biquini.

Belmonte: Vários endereços. Rua Bolivar 28, Copacabana, 21 2255-9696
Braseiro (Galeto): Rua Domingos Ferreira 241, Copacabana, 21 2236-0890
Cervantes: Rua Barata Ribeiro 7, Copacabana, 21 2275-6147
Cafeína: Vários endereços. Rua Farme de Amoedo 43, Ipanema, 21 2521-2194
Colher de Pau: Rua Farme de Amoedo 34, Ipanema, 21 3687-2000
Chaika: Rua Visconde de Pirajá 321, Ipanema, 21 2267-3838
New Natural: Rua Barão da Torre 169, Ipanema, 21 2247-9363
Porcão: Vários endereços. Rua Barão da Torre 218, Ipanema, 21 3202-9150
Carlota: Rua Dias Ferreira 64, Leblon, 21 2540-6821
Bracarense: Rua José Linhares 85, Leblon, 21 2294-3549
Sushi Leblon: Rua Dias Ferreira 256, Leblon, 21 2512-7830

domingo, 5 de outubro de 2008

O Alex e o D.O.M.

Cheguei ao D.O.M. ansiosíssima e já na entrada me decepcionei um pouco. De ver o Alex na tv imaginava que fosse um ambiente moderno e festivo, nada disso, ambiente sóbrio, um salão super sério e silencioso, nem música tinha, achei triste. Não gosto de restaurante triste. A melhor parte foi ver o Alex na cozinha o tempo todo, trabalha duro, observa o salão, leva o trabalho muito a sério. O serviço não me encantou, o staff de prontidão mas, seguindo também a linha triste-séria. O cardápio muito interessante, os ingredientes brasileiríssimos e tal. Pedí o pato, delicioso, assim como o da minha amiga Raquel. Fiquei com vontade de pedir o tal purê de batata com queijo que eles servem no salão, fazem um show. A carta de vinhos é linda e caríssima, nada abaixo de 150 reais. De sobremesa pedimos os sorbets e a pirâmide de chocolate, deliciosos.
D.O.M. Rua Barão de Capanema, 549. Jardins.
http://www.domrestaurante.com.br/

Viva o Ráscal

Olha, por 42 reais não se come melhor em São Paulo. Este lugar é uma unanimidade. Uma farra italiana. O atendimento surpreende, muito bom e consistente. Os garçons e os rapazes que servem as massas são muito educados, simpáticos e eficientes. Os antipastos e as saladas são uma seção à parte, periga morrer de comer. Na minha vida comi poucas massas melhores do que o ravióli ráscal (verde, recheado de mussarela de búfala e com molho de tomates frescos), fica completo com o parmesão de cabra e um pouquinho de manjericão fresco. As outras massas são muito boas também, mas por um problema de dependência não consigo largar do ravióli. O mesmo problema de dependência nunca me deixou pedir a pizza que já me disseram que é ótima. Outro dia, meus pais pediram o carré de cordeiro grelhado, maravilhoso, muito macio e saboroso. Quase impossível ter espaço para a sobremesa. Se couber peça a torta de maçã que parece de desenho animado e é servida com sorvete de creme. E se eu fosse abrir um negócio abriria uma franquia do Ráscal em Brasília.
Ráscal. Em vários shoppings (Villa-Lobos, Iguatemi, Higienópolis Market Place) no Itaim, na Alameda Santos e tem no Rio também.
http://www.rascal.com.br/

Roubada do Alentejo

Não volto nem de graça. Fomos porque meu sogro tem loucura por bacalhau. Os guias da internet falavam muito bem desse lugar: chef formado pelo Cordon Bleu, duas estrelas no Michelin. Ainda estou tentando entender. Vamos por partes. O ambiente é apertado e sem personalidade, ficamos no andar de cima morrendo de calor onde nos garantiram que o mini ar condicionado daria conta do recado logo, logo. O serviço foi péssimo, problema de organização básica. Não foi por falta de garçons, tinham vários pelo salão, mas todos completamente perdidos, estampado na cara deles. Mais de 20 minutos para trazerem nossas bebidas, incompetência pura e simples, denunciava o que vinha pela frente. O couvert da casa - uma ofensa à qualquer casa - era bacalhau com maionese para passar no pão. Como prato principal, pedimos o bacalhau em postas com batata e cebola e o arroz de polvo. O tal bacalhau é a recomendação da casa e não estava particularmente ruim, mas muito sem graça. Inovaram ao economizar nas batatas, vieram apenas três. Não inovaram ao economizar no azeite que foi denunciado pelo vidro sem rótulo, pela falta de gosto e pela cor bem mais amarela do que o desejado. O arroz de polvo não tinha gosto, nem charme. Posso dizer também que Paulo Mateus faltou às aulas sobre apresentação dos pratos no Le Cordon Bleu. Depois do calor, da comida sem graça e do mau atendimento não pedimos sobremesa. Preços em conta? Paguei muito caro pelo o que tive. Chega!
Girassol do Alentejo. Rua Girassol 654, Vila Madalena 3814-7710.
Aceita Visa.

Humm depois da balada

Meu marido sai na balada só pra ir no Burdog depois, foi no Burdog até na despedida de solteiro. Minha amiga Cris inventava que não tinha tempo pra almoçar só pra comer um sanduíche lá. A alegria de velório dos paulistanos desse lado da cidade é um clássico. Sou adepta do dito hamburguer de picanha, não peço mais o comum. Dito isso, você escolhe os acompanhamentos de acordo com o que quer gastar e com as calorias que satisfazem seus olhos. Eu sugiro queijo, bacon, cebola crua e molho tártaro. Não tem miséria, muito bacon, uma cebola inteira. Vem bastante, sugiro que você dê um pouco pro seu amigo que não pediu acompanhamento nenhum. O molho tártaro peça sempre à parte pois você controla a quantidade que quer e dá pra dois. O sanduíche não fica baratinho, ainda mais se você arrematar com um milk shake, mas garanto que você vai dormir feliz. Nas sextas e sábados fica aberto até as 7 da manhã, nos outros dias até as 6. Tem delivery também e lojas em Moema e no Brooklin.
Burdog. Avenida Dr. Arnaldo 232, Pacaembu 3151-4849

Em Paris?

A comoção em torno deste lugar não faz sentido. Tudo bem, o dono é francês e mantém uma certa tradição, a tarte tatin é muito boa e os produtos da padaria também. Conheço gente que vive por aquele croissant de amêndoa, eu não. O ambiente é parisiense-aconchegante, as mesinhas na calçada são agradáveis, mas o serviço é muito inconsistente. O staff é impressionantemente despreparado e o preço é salgado. Para tomar um café tudo bem. Eu sempre olho o cardápio durante muito tempo e nada me excita de primeira. Acho uma pena que o croque monsieur fique montado na vitrine e não seja feito na hora. O buffet de café da manhã é um festival de massaroca e tem gente saindo pelo ladrão, fico com dó daquela gente que acha aquilo o máximo. No almoço você pode escolher o self service ou grelhados com acompanhamentos. Alô rapazes! Grupinhos de cocotas são grande parte da clientela. Passaram a aceitar cartões recentemente, antigamente era um horror, uma vez tive que deixar uma amiga de garantia de que voltaria com o cheque! Tenho certeza absoluta de que podiam fazer muito melhor.
Deliparis. Rua Harmonia 484, Vila Madalena 3816-5911.
www.deliparis.com.br